René Descartes e o ceticismo

Esta é a introdução do trabalho de conclusão da disciplina Filosofia Antiga II do curso de especialização de Filosofia Contemporânea da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Caso haja algum interesse em conhecer outras partes deste trabalho, poderei enviá-lo completo depois de receber a avaliação do professor.

INTRODUÇÃO

            René Descartes é considerado como o pai ou o fundador da filosofia moderna tendo estabelecido também as bases para a formulação do pensamento científico tal qual o conhecemos atualmente. Autor da talvez mais célebre e conhecida frase da filosofia – Penso, logo existo – René Descartes foi um dos filósofos que mais teve influência sobre seus pares tanto com os que conviveram e debateram com ele em seu tempo – Hobbes, Gassendi, Mersenne – quanto em relação àqueles que vieram depois dele – Hume, Kant, Kierkgaard, Wittengenstein.

            Seu legado mais importante foi o método por ele elaborado, conforme nos assevera Weischedel (2006, p.135): “É mais importante o fato de que se esforçou por transmitir à filosofia o método (grifo meu) exato das matemáticas, com o fim de que pudesse equiparar-se com a certeza e a evidência das ciências geométricas e para poder assim sair da incerteza de então, provocada pelas opiniões contrárias”.[1]

            Ao formular o cogito, Descartes viu-se às voltas com o pensamento cético, ressuscitado no Renascimento quando os textos de Sexto Empírico foram traduzidos do grego. A partir daí, uma intensa polêmica se verificou em relação ao pensamento cartesiano sendo que alguns autores o acusam de praticar um ceticismo radical com características pirrônicas.

            O meu propósito neste trabalho é o de compreender o pensamento de René Descartes a partir de sua perspectiva cética examinando com mais vagar a Primeira Meditação, base para a proposição de um método que Descartes pretendia seguro e verdadeiro.

            Para tanto, procurei examinar o contexto em que o pensamento cartesiano surge no século XVII, remetendo aos seus antecedentes históricos mais próximos num período de crise do pensamento europeu. Portanto, analisarei brevemente os acontecimentos relacionados ao humanismo do século XVI, à Reforma e Contra Reforma e à Revolução Científica que, de alguma maneira, tiveram alguma influência na elaboração do pensamento cartesiano.

            Após esta análise histórica contextual, busquei resgatar o pensamento cético que (re) apareceu no tempo de Descartes mostrando suas características básicas tendo em vista que este filósofo fez uso do ceticismo na sua busca pelo conhecimento. Algumas pinceladas biográficas foram introduzidas para mostrar que, boa parte de sua obra foi fruto da insatisfação com o conhecimento herdado de seus professores e de sua agitada vida de ‘turista’ pelos diversos países, através dos quais sempre buscou a tranqüilidade necessária para seus estudos.

Mais adiante, procurei seguir os passos de Renée Descartes como eles aparecem na Primeira Meditação tecendo os comentários que julguei pertinentes em relação às suas características céticas.

            De maneira menos pretensiosa, nas Conclusões procurei resumir meu entendimento a respeito do pensamento de Descartes e sua importância para a filosofia moderna e contemporânea.


[1]  WEISCHEDEL, Wilhelm.  A escada dos fundos da filosofia, São Paulo, Editora Angra, 5ª. edição, 2006.

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Aposentado, sociólogo, paulista residindo no Rio, 61 anos, interessado em bons filmes, boas leituras e bons cursos de filosofia, política, sustentabilidade,etc.
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1 Response to René Descartes e o ceticismo

  1. Josias says:

    Texto muito completo, além de bem escrito.

    Escrevi um sobre o autor, bastante descontraído e com linguagem informal, se puderes, deixe-me a sua opinião, esta me será de grande valia:

    http://nerdwiki.com/2014/01/12/o-discurso-do-metodo-rene-descartes/

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